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Show Bodas de Ouro: Rennegados, Norman Bates e Delinquetes


Foi impossível estar ali no Memorial dos Povos e, a cada contagem de baquetas e acordes distorcidos, não viajar no tempo. Lembrar quando a tal cena independente era chamada de “underground” para abraçar as bandas punks, hardcore ou qualquer outra coisa que não era premiada ou beneficiada pelas FMs ou grande mídia. Lembrar da dificuldade em gravar uma fitinha “demo” e distribuir nas rádios.
Como não lembrar dos ensaios em quartos e garagens quentes e com equipamento ruim, mas muita vontade de montar uma banda e fazer um som que ecoasse pelos quatro cantos do mundo? E aqueles shows em buracos mínimos, com integrantes amontoados, sem um som bacana, iluminação e palco, onde se ficava na porta até o último minuto para segurar os trocados no bolso?
A cada passo uma vitória a ser comemorada. Shows maiores, equipamentos melhores, público crescente (mas ainda underground), saídas pra tocar em cidades fora do Estado, e o primeiro registro em CD, com gravação “de verdade”.

Pois é, foi impossível não pensar nisso tudo ao ver muitas caras conhecidas na platéia, cada um com certeza relembrando, a sua maneira, desses momentos e dividindo espaço com uma turma jovem, que se deliciava com a massa sonora que ecoava das PAs. Os anos passaram e muita coisa mudou. O público pogou em frente a um grande palco com iluminação e estrutura para gravação de um DVD e transmissão ao vivo por uma rádio pública.
O nome Bodas de Ouro brincou com a soma do tempo de existência de cada banda. O Rennegados, que estava comemorando dez anos, iniciou as comemorações. Na sequência foi a vez do Norman Bates, que chegou ao palco carregando seus quinze anos de carreira. E pra finalizar, vinte e cinco anos de Delinquentes.
Muitos agradecimentos para ex-integrantes e amigos que ficaram no caminho. No repertório o engajamento político, mazelas sociais, angústias, ódio e o combate as instituições.

Parabéns as três bandas, que somando os tempos de estrada totalizam cinquenta anos de serviços prestados à música. Também acho que não seria exagero dizer que elas representam uma série de outras que ainda estão na ativa, e algumas que encerraram suas atividades.
A Pró-Rock também está de parabéns pela produção do evento, assim como todos os patrocinadores e apoiadores: SEBRAE-PA, MINC, SECULT, MM Produções, Multi AB Produções, APCE Music, Jambu Filmes, Na Music, MTV Belém, Fabrika Studio, Ecleteca, Radio Unama FM e blogs Rock Pará e Música Paraense.
O Bodas de Ouro não foi só mais um show de roquenroul… ou de punk, hardcore ou qualquer outra palavra que queiram usar. Com música e diversão, se contou um pouco da história da música produzida no Pará e a celebração a persistência. Afinal, foi uma comemoração de cinquenta anos.
*Fotos: Regina Silva

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